Primeiras impressões: testamos o Steam In-Home Streaming

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(Fonte da imagem: Divulgação/Valve)

Uma parte essencial dos planos futuros da Valve, o sistema Steam In-Home Streaming entrou em sua fase fechada de testes Beta na última quinta-feira (23). O destaque da tecnologia é o fato de não só ela finalmente permitir realizar o login simultâneo em mais de um computador, mas também possibilita realizar transmissões de jogos inteiros de uma máquina para outra.

Atuando de forma semelhante ao Gaikai e ao falecido OnLive, a tecnologia permite jogar, na sala de estar, um game cujo processamento de imagens é feito por uma máquina localizada em seu quarto, por exemplo. Com o convite para testar a novidade em mãos, a equipe do Tecmundo analisou tudo o que ela tem a oferecer e, neste artigo, registra suas primeiras impressões sobre o sistema de streaming doméstico.

O que você precisa para participar?

Para fazer parte do Steam In-Home Streaming, basta fazer parte da comunidade homônima (clique aqui para acessá-la) e aguardar por um convite da Valve. Cumprida essa etapa essencial, é preciso habilitar o recebimento de atualizações Beta do Steam, algo que deve ser feito na aba “Conta” do painel de configuração do aplicativo.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Feito isso, basta realizar o login de sua conta em duas máquinas diferentes conectadas à mesma rede local. Para conferir se tudo ocorreu conforme o esperado, entre novamente no painel de ajustes do programa e confira a existência do campo “In-Home Streaming”, que não só mostra os computadores autorizados a lidar com sua conta como permite ajustar limites de transmissão de dados e limitar a resolução de exibição dos games reproduzidos em outras máquinas.

Seus games em qualquer cômodo da casa

É difícil não perceber qual a verdadeira intenção da Valve ao investir em um sistema de streaming doméstico, especialmente quando se leva em consideração a existência das Steam Machines. Como a tecnologia permite que somente uma máquina seja responsável por realizar a tarefa pesada de processar os jogos, não é difícil se imaginar colocando um aparelho mais barato na sala de estar com o objetivo de simplesmente receber esses sinais.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

No entanto, não pense que é qualquer máquina que se mostra capaz de participar dessa parceria interessante. Embora a companhia não tenha divulgado os requisitos mínimos necessários para testar a novidade, durante nossos testes ficou claro que mesmo a máquina responsável simplesmente pela exibição de imagens precisa contar com no mínimo uma placa de vídeo modesta entre seus componentes.

Prova disso é o fato de, ao tentarmos testar o sistema em uma máquina com processador Intel dual-core E2140 de 1,60 GHz, 3 GB de RAM e GPU integrada, a qualidade da experiência testemunhada foi nada menos que decepcionante. No entanto, bastou usar uma configuração mais poderosa (CPU Intel Core i5 2500K de 3,30 GHz, 8 GB de RAM e uma GeForce GTX 460) para que o número de problemas diminuísse substancialmente.

Levando em consideração os testemunhos registrados na comunidade oficial do In-Home Streaming no Steam, é possível concluir que, para usar corretamente a novidade, é preciso que o computador que recebe os sinais seja no mínimo capaz de reproduzir vídeos com qualidade 1080p sem nenhum engasgo ou que lide bem com os vídeos em resolução 720p disponíveis em sites como o YouTube.

Experiência de uso competente

Para um sistema que ainda está em fase inicial de testes, surpreende como o Steam In-Home Streaming consegue funcionar de forma competente. Assim que o sistema estiver habilitado e você realizar o login em ambas as contas, surge a indicação dos jogos instalados na máquina que serve como central e a opção de iniciar o streaming ou iniciar a transferência do game para outras máquinas pertencentes à rede.

Note que o computador que serve como base para as transmissões não somente realiza o processamento de títulos como os roda efetivamente, o que significa que eles vão tomar a tela do monitor associado ao PC e vão reproduzir músicas e efeitos sonoros nas caixas de som conectadas a ele. Assim, é uma boa ideia desligar esses componentes antes de iniciar a transmissão, especialmente caso o dispositivo utilizado esteja próximo do aparelho que você vai usar para jogar.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Respeitadas as restrições de hardware exigidas pelo sistema, devemos dizer que, em um ambiente ideal (conexão de alta velocidade aliada a um espaço aberto que não prejudica comunicações wireless), o Steam In-Home Streaming funciona muito bem, mesmo em sua versão Beta. Durante nossos testes, testemunhamos a ocorrência de um Ping excepcionalmente baixo que nos permitiu aproveitar games à distância sem qualquer atraso notável entre a entrada de comandos e a realização de ações na tela.

No entanto, esse resultado parece ser alcançável somente caso as imagens transmitidas estivessem no máximo com a resolução 720p (1280x720 pixels) — valores acima desse limite resultaram em um aumento substancial na latência e em experiências que, se não exatamente decepcionantes, se mostrarem aquém do considerado ideal para jogar títulos que exigiam respostas rápidas.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Infelizmente, como a Valve ainda não divulgou os critérios mínimos que devem ser respeitados para o sistema funcionar de maneira ideal, configurá-lo corretamente ainda se trata de uma questão de várias tentativas e erros.  No entanto, o que pudemos notar é que, mais do que o hardware dos computadores utilizados, pesam a qualidade e velocidade da conexão que está sendo utilizada para a transmissão de imagens e comandos.

Outro ponto que vale mencionar é a compatibilidade de controles: embora por padrão o sistema use o mouse e o teclado como meio de entrada para os jogos, nada impede que você utilize um controle tradicional conectado à máquina que recebe os sinais de streaming. Usando tanto um gamepad do Xbox 360 compatível com PCs quanto o controle do PlayStation 3, obtivemos uma experiência de uso semelhante àquela que encontraríamos caso os dispositivos estivessem conectados à máquina responsável pelo processamento dos games.

Quebrando barreiras entre sistemas

O aspecto que mais surpreendeu durante nossos testes, responsável por demonstrar o verdadeiro potencial do Steam In-Home Streaming, é o fato de ele permitir jogar games exclusivos a um sistema operacional em qualquer outra plataforma que possua o serviço oferecido pela Valve — ou seja, você pode jogar toda a sua biblioteca do Windows em uma máquina com OSX ou Linux sem qualquer restrição.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Ao não estabelecer restrições de hardware ou de software, o sistema da Valve perde pontos por oferecer uma experiência menos otimizada, mas ganha por não impor as restrições vistas em outros sistemas de stream como aquele proporcionado pelo NVIDIA Shield. Assim, quem possui mais de um PC em casa (ou prefere usar um notebook em determinados ambientes) ganha a comodidade de poder utilizar o poder de uma máquina poderosa em qualquer cômodo de casa sem precisar se limitar às restrições de espaço impostas por desktops tradicionais.

No entanto, essa característica do Steam In-Home Streaming deve se mostrar realmente importante caso a empresa decida ampliá-la para smartphones e tablets. Levando em consideração o poder cada vez maior desse tipo de aparelho, não é difícil imaginar um futuro no qual computadores tradicionais cada vez mais vão desempenhar o papel de centrais multimídia responsáveis meramente por processar o conteúdo que é aproveitado através de outros aparelhos conectados à mesma rede local.

Nem tudo é perfeito

Como qualquer software em fase inicial de testes, o Steam In-Home Streaming ainda possui falhas e limitações que prejudicam seu funcionamento. Portanto, não foi qualquer choque perceber que, em alguns momentos, o sistema simplesmente interrompe a transmissão de dados sem qualquer aviso prévio — algo que, felizmente, não se mostrou frequente o bastante para podermos considerar a tecnologia inutilizável.

Ampliar (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

O ponto que mais incomoda, no entanto, é o fato de o sistema ainda não se mostrar totalmente compatível com jogos que utilizam outras interfaces além do próprio Steam. Exemplo disso é Grand Theft Auto IV, cuja utilização se torna impossível graças à janela do serviço “Rockstar Social Club” que aparece quando o game é executado.

Da mesma forma, tivemos problemas com jogos atrelados ao sistema uPlay, da Ubisoft (Assassin´s Creed III, Tom Clancy´s Ghost Recon: Future Soldier), cuja transmissão muitas vezes era interrompida ou sequer chegava a ser iniciada graças à janela dedicada que surge quando títulos atrelados ao serviço são iniciados. Assim, embora quase toda a biblioteca do Steam já se mostre compatível com o novo sistema, ainda há algumas ausências importantes nesse sentido que devem ser corrigidas pela Valve caso a empresa deseje que seus usuários utilizem a nova ferramenta frequentemente.

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