SteamOS: entenda o plano da Valve para combater os video games e o Windows

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(Fonte da imagem: Reprodução/Steam)

Por anos, a Microsoft vem dominando o mercado de jogos nos PCs. O sistema operacional Windows ganhou espaço na casa da grande maioria dos consumidores e, por isso, muitas desenvolvedoras apostaram suas fichas neste sistema.

Aproveitando esse grande mercado que estava bagunçado, a Valve lançou uma loja para concentrar o catálogo de games disponíveis. Ao longo dos últimos anos, o serviço Steam ganhou ainda mais espaço e virou uma máquina de dinheiro.

Acontece que o mercado sofre muitas reviravoltas, e a Valve, ciente disso, resolveu tomar medidas antes que o jogo virasse contra ela. Semana passada, a empresa anunciou três grandes novidades: o SteamOS, as Steam Machines e o Steam Controller.

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Hoje, vamos falar sobre essa nova plataforma de jogos que visa combater tanto o mercado de video games (Sony, Microsoft e Nintendo) quanto o sistema Windows. Será que a Valve vai conseguir simplificar a experiência em jogos nos computadores?

SteamOS: um sistema operacional para sua TV

Combater grandes empresas com sistemas já consolidados não é uma tarefa fácil, ainda mais se levarmos em conta que a Valve por enquanto tem apenas uma loja com interface adaptável para televisores (o Steam Big Picture).

Assim, a primeira etapa para conquistar o consumidor será lançar o SteamOS. De acordo com as informações da Valve, seu sistema operacional focado em jogos será baseado no Linux (a companhia já vem trabalhando com o software livre desde que lançou a loja para o Pinguim). Além disso, ele será gratuito para sempre.

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Como exatamente vai funcionar este sistema? Conforme os detalhes revelados até agora, o SteamOS será um sistema independente para ser utilizado nas Steam Machines, mas, como se trata de um software gratuito, ele estará disponível para download para instalação em qualquer computador (devem haver requisitos mínimos para uma experiência satisfatória).

Por ora, a desenvolvedora do SteamOS vem mantendo segredo sobre os componentes de hardware que serão suportados. Em teoria, todos os componentes que sejam reconhecidos pelo Linux devem funcionar perfeitamente, mas pode ser que a Valve imponha algumas limitações nos itens compatíveis para garantir melhores resultados.

Quanto ao catálogo de games, a Valve anunciou que centenas de títulos já estão funcionando nativamente no sistema. Além disso, a empresa relatou que os principais jogos top de linha (títulos AAA) já estão sendo adaptados para o SteamOS — um anúncio com a lista de games deve ser feito nas próximas semanas.

O mais engenhoso do SteamOS, no entanto, está na possibilidade de rodar games (via streaming) que são específicos para Windows e Mac. Essa jogada da Valve é justamente uma forma de atrair os consumidores para o novo sistema, afinal eles não sairão na desvantagem e poderão aproveitar toda a biblioteca que já possuem.

(Fonte da imagem: Reprodução/Steam)

Conforme os testes iniciais do Steam no Linux, o desempenho em jogos promete ser matador. Aparentemente, a Valve vem desenvolvendo métodos para que os games possam aproveitar todos os recursos da máquina e do SteamOS.

As informações reveladas até agora sugerem que o sistema já é capaz de produzir gráficos belíssimos, mas parece que o áudio e o suporte para controles ainda não estão perfeitos. Não há detalhes sobre os tipos de periféricos que serão suportados.

Todos esses recursos são excelentes, mas o grande atrativo que a Valve promete é a interface adaptada para televisores. Não há uma confirmação de que todos os comandos sejam apenas executados com o Steam Controller, mas a ideia da empresa é evitar ao máximo o teclado e o mouse, focando na facilidade de uso.

Por fim, devemos ressaltar que o SteamOS não será um sistema focado apenas em games. Ao que parece, a Valve quer aproveitar essa facilidade de conexão com a TV para oferecer músicas, vídeos e transmissão de canais de televisão. Para não fazer esforço em dobro, a companhia vem trabalhando com alguns serviços já consolidados (não foi relatado quais são esses serviços).

Steam Machines: máquinas parceiras

O ramo de computadores gamers é bem diversificado graças à possibilidade de escolha por parte do consumidor. A Valve notou essa situação e, por isso, em vez de apostar em uma máquina única (como os video games), ela vai disponibilizar múltiplas Steam Machines.

(Fonte da imagem: Reprodução/Steam)

A parte interessante é que os computadores não serão montados (ou projetados) pela Valve. Para conseguir dar conta da demanda e oferecer diferentes opções de visual e hardware, a empresa está fazendo parceria com fabricantes experientes que lançarão computadores com o SteamOS instalado.

Por se tratar de computadores comuns, as Steam Machines poderão receber atualizações de hardware. A ideia é que os PCs gamers continuem funcionando da mesma forma, ou seja, com diferentes opções de processadores e placas gráficas. Não há detalhes sobre as especificações das primeiras máquinas, tampouco sobre os preços.

Steam Controller: uma nova forma de jogar

Em todos os anúncios de seus novos produtos, a Valve fez questão de ressaltar que a ideia do SteamOS é levar a jogatina do PC para a sala de estar. Todavia, um sistema e um PC preparado não são suficientes, pois falta o elemento de interação: o controle.

Para não ficar dependente do controle da Microsoft (que é uma empresa rival) ou de acessórios com funcionalidades limitadas — caso do controle da Sony —, a dona do Steam teve de criar seu próprio periférico.

(Fonte da imagem: Reprodução/Steam)

O Steam Controller é diferente dos gamepads do Xbox e do PlayStation por trazer trackpads para substituir os tradicionais analógicos. A ideia da Valve com este acessório é substituir o mouse comum, oferecer maior precisão e garantir compatibilidade com o maior número de games possível.

O layout deste controle também é um pouco diferente dos demais que estão no mercado. Aproveitando uma ideia similar à do DualShock 4, o Steam Controller também vem com uma tela sensível ao toque. Com este recurso, o gamepad da Valve pode se adaptar a quaisquer jogos, visto que é possível alterar o conteúdo exibido nesta região.

Apesar de ser diferente — o que exigirá certa adaptação por parte dos jogadores —, este controle conta com 16 botões (assim como os demais produtos semelhantes), os quais são suficientes para oferecer as funcionalidades para quase todos os jogos que você tem no Steam.

(Fonte da imagem: Reprodução/Steam)

A principal vantagem do Steam Controller sobre os concorrentes, contudo, está na facilidade de modificação. A Valve pretende oferecer facilidades para que os jogadores possam modificar o hardware e o software do produto, podendo gerar novas versões do equipamento. Este controle é o dispositivo que a empresa vai entregar para 300 gamers testarem.

Valve contra todos

Como você pode presumir, unindo os três componentes a Valve tem um novo tipo de equipamento ideal para quem quer jogar na sala. A Steam Machine não é exatamente um computador comum, pois não necessita de mouse e teclado. Além disso, por padrão, essa máquina não deve possibilitar a instalação de muitos aplicativos avançados.

A grande sacada de ter um sistema próprio, em uma máquina própria e com um controle ideal para todos os jogos é que a Valve consegue combater o monopólio da Microsoft no ramo dos PCs. Claro, resta saber se o Steam não será o novo monopólio deste segmento.

(Fonte da imagem: Reprodução/Steam)

Todavia, este computador também não é um video game comum, pois conta com peças maiores (e tem um tamanho maior), foca na compatibilidade com diversos componentes (a personalização é a chave de tudo) e tem facilidade na conversa com outros computadores.

Da mesma forma que cria independência, a Steam Machine também vem para facilitar a vida do jogador que deseja aproveitar uma gama maior de jogos para PC na televisão e que preza por gráficos mais avançados. É uma ótima ideia para brigar com Sony, Microsoft e Nintendo, pois o novo PC de jogos não se restringe a uma mesa de escritório com mouse e teclado.

Será que vai dar certo?

Bom, a ideia da Valve não é de toda ruim, mas não podemos dizer que muita gente vai entrar neste barco. Certamente, a chave de tudo está no SteamOS, o qual é gratuito, funciona em diversas máquinas (incluindo PCs que os jogadores já utilizam) e foca na jogatina.

Considerando que a Valve está trabalhando nestas ideias por alguns anos, possivelmente a empresa sabe bem o que está fazendo. Conforme citamos, resta saber apenas se esta nova plataforma não vai criar um monopólio (algo que praticamente já existe no Steam) dos PCs gamers. O que você achou da ideia? Vai apostar no sistema e nos produtos da Valve?

Fontes

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