Análise: volante Logitech G27

Imagem de: Análise: volante Logitech G27

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Há algumas semanas, o BJ colocou as mãos no volante Ferrari F430, da Thrustmaster. Em tom uníssono, os jogadores clamaram nos comentários (sim, acompanhamos tudo): “analisem o G27!”. A pedidos, tivemos a experiência com o volante da Logitech, e acreditem: a experiência coloca nosso grau de exigência em outro patamar. O joystick perde a graça completamente. Já dizia Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais retorna ao seu tamanho original”. Frase mais verdadeira impossível.

Não somos um ás no volante, mas é impossível que um gamer, entusiasta de carros ou não, não tenha ao menos uma “quedinha” pelo produto da Logitech, compatível com PS2, PS3 e PC. Confira os detalhes na nossa análise!

Especificações e compatibilidade

O adjetivo “retrocompatível” pode ser aplicado ao G27, pois o volante, além de servir ao PS3 e ao PC, atende aos donos do aposentado PS2. Jogadores novatos, intermediários e avançados terão o mesmo grau de conforto e exigência – dadas as devidas limitações, é claro.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Dois CDs contendo os drivers necessários acompanham o acessório para a jogatina no PC. O calibre, contudo, é tão complicado quanto qualquer hardware externo espetado num computador que use o sistema operacional de Bill Gates: é preciso usar o Painel de Controle para ajustar manualmente os eixos de direção, a sensibilidade e outros aspectos triviais.

Já no PS3, basta espetar na USB e fim de papo. Todo o calibre é realizado automaticamente pelo fato de o console da Sony possuir um sistema “fechado”, por assim dizer.

Três pedais: aceleração, freio e embreagem

Na tentativa de oferecer uma experiência que fique o mais próxima possível do conceito de simulação, o G27 conta com pedais de aceleração, freio e embreagem.

O acabamento das bases é em aço escovado. Os pés da base de pedais são emborrachados para assegurar a firmeza no chão.

Não dá para se empolgar tanto, contudo. Numa superfície em carpete, como é o caso aqui da redação, a tendência é que a base escorregue se o jogador quiser imitar um piloto de Fórmula 1. Quaisquer movimentos bruscos podem desviar os pedais de seus pés e comprometer a jogatina, ainda mais considerando que há três pedais.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

A embreagem deixa um gostinho imenso de quero mais. É claro que a sensação não é a mesma que a de um fliperama, mas a imitação é certeira e absolutamente válida. Se você tiver a estrutura e o espaço físico adequados, o ambiente da jogatina pode se tornar um verdadeiro cockpit.

A pressão sobre os pedais deve ser natural. Eles são macios e dão boa responsividade, mas há uma ressalva: o pedal de freio (o do meio), pelo menos no modelo testado aqui pela equipe, é um tanto rígido, “duro” demais. Naturalmente, o intuito da Logitech é simular um freio de verdade, mas isso pode assustar os "desavisados". É necessário aplicar uma força maior para equalizar o desempenho com os outros dois pedais, tal como ocorre na vida real.

O jogador pode aplicar uma força média que terá a responsividade necessária de aceleração, freio ou mudança de marchas. Claro que o game na bandeja (ou no HD) influencia no desempenho e no tempo de resposta dos pedais, mas a performance se mostra satisfatória de um modo geral.

Volante – couro sintético aveludado, boa amplitude para as mãos e rotação em 900 graus

Em comparação com outros modelos do mercado, o volante do G27 é maior e quase simula uma direção de verdade – inclusive no acabamento, revestido em couro sintético e aço inoxidável.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

O imponente volante tem um painel enxuto e com poucos botões. É um bom adepto da filosofia “facilitar em vez de complicar”. Os velocistas de plantão são ansiosos e curtem ver uma interface descomplicada. Os principais botões e comandos, que à primeira vista podem parecer confusos, estão localizados no câmbio, discorrido mais adiante. Esses comandos depois se tornam comuns e oferecem atalhos que descartam completamente o uso do DualShock ou do teclado no PC.

Outra característica que assemelha o acessório a uma direção verdadeira é a rotação do volante: 900 graus. Basicamente, o jogador precisa girar duas voltas e meia para cada lado até encontrar o “paredão” de limite, tal qual um volante real. É um “conforto desconfortável”, pois isso aumenta um pouco o grau de dificuldade da experiência – por uma boa causa.

Câmbio: trocando as marchas manualmente

Está aí a menina dos olhos do G27: o câmbio. A presença dele faz toda a diferença principalmente em simuladores. Os fãs de corridas em caráter de arcade também terão suas preces atendidas, mas a troca manual de marchas é uma terceira ação que o jogador precisa fazer – pedais, volante e câmbio. Quem não dirige dificilmente vai sanar a carência de se divertir com algo diferente.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Conforme mencionado, é no painel central do câmbio que estão os principais botões que correspondem aos comandos executados pelo joystick tradicional: círculo, X, quadrado, triângulo, d-pad etc. Há dois gatilhos atrás do volante, um na lateral esquerda e outro na direita, que representam uma alternativa para a troca de marchas – botões também conhecidos como “borboletas traseiras”. Alguns carros importados, como Lamborghini, Mustang e outros modelos, utilizam essa borboletas na vida real e descartam o uso do câmbio.

Aprovado

Tempo de resposta

Ao manipular a direção com um jogo que tenha sido designado com o volante em mente, como é o caso de Gran Turismo 5, a responsividade é praticamente impecável.

A sensação de velocidade muda quando alternamos de um mero DualShock para um volante com pedais de aceleração, freio, embreagem e câmbio. Por oferecer uma experiência que se aproxima bastante de uma direção real, contudo, o volante pode não agradar os não aficionados pelo universo automobilístico. Já os entusiastas de plantão ficarão seduzidos pela gratificante experiência. Jogar Gran Turismo com o G27 é no mínimo algo fora do habitual – e isso talvez já seja suficiente para convencer os exigentes e os misericordiosos.

Naturalmente, não dá para comparar o acessório da Logitech com uma estrutura que tenha cockpit e tudo mais. Nenhum acessório doméstico desse tipo, na verdade, pode ser comparado aos tradicionais arcades.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Gran Turismo e Force Feedback

Uma das melhores experiências em simulação automobilística é o unânime e consagrado Gran Turismo. Para o teste, utilizamos o último game da franquia, Gran Turismo 5, enquanto o 6 não chega, assim como fizemos na análise do Thrustmaster F430. E o simulador da Polyphony foi o favorito da equipe por méritos próprios, e não pelo peso que a marca carrega na família PlayStation.

Mais uma vez, o game de corrida parece ter sido feito para o volante e vice-versa. Dá até para imaginar a brilhante equipe do estúdio concebendo o jogo para ser aproveitado dessa maneira. O Force Feedback, função que simula as trepidações do carro quando ele está sendo guiado sobre terrenos esburacados, nos momentos de batida, nos encontrões com outros veículos ou nas freadas bruscas, coloca o jogador num carro de verdade – inclusive com os mesmos “medos”.

O inusitado dessa história é que o volante “toma conta” do jogador, e não o inverso. As vibrações são sutis, mas o que impressiona é o comportamento da direção. É semelhante a uma corrida de kart: ao bater em muretas ou relar em outros veículos, o jogador tem uma resposta rápida em que o volante trepida, balança para os lados e retoma sua posição original como forma de segurança, mostrando que o carro está desgovernado (ou melhor, o jogador), tal como poderia ocorrer na vida real.

A consequência é um automóvel rodopiando “sem explicação”. Não há o que fazer a não ser esperar para retomar o controle do veículo – pois é você quem certamente está sendo controlado.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Compatibilidade com PS2, PS3 e PC

Um dos aspectos mais interessantes do G27 é “ter se lembrado” do PS2. Tudo bem que o volante é meio antigo, mas a retrocompatibilidade acaba tornando o acessório “universal” e descomplicado.

A conexão ocorre pela porta USB. É espetar e usar. No PC, o processo é um pouco mais complexo em função das frescuras clássicas do Windows, mas nada impede que o calibre seja feito manualmente por meio do Painel de Controle.

Já nos consoles, a paz reina sozinha. Não há qualquer necessidade de configuração adicional: basta que o jogo seja compatível com o volante. Clique aqui para ser redirecionado ao site da Logitech e conferir a lista.

Reprovado

Montagem dos acessórios - fomos "premiados"

Desencaixotar o kit foi fácil. A montagem é simples, no entanto, fomos "premiados" com dois parafusos espanados que teimavam em folgar os pezinhos de encaixe. O manual não traz um guia específico e tudo é feito na base do “adivinhômetro”. Há um guia ilustrativo que mostra a luz no fim do túnel, mas cabe a nós percorrê-lo até o final.

Ficamos assim após o término da montagem. (Fonte da imagem: Reprodução/Dietaspramim)

O site tem uma seção explicativa com alguns tópicos que são uma mão na roda para dúvidas rápidas. O mecanismo, ressaltamos, é simples, porém braçal: dois parafusos, um em cada lateral do volante, ajustam a altura dos pezinhos que devem ficar sob a mesa. O mesmo funciona para o câmbio.

Foi um verdadeiro parto desenroscar os parafusos e ajustar a memória para que os pezinhos se fixassem à mesa. Após o procedimento, contudo, o ajuste foi fácil e natural, e pode ser que nem todo caso apresente as dificuldades que enfrentamos.

Os pedais já vêm “prontos” e não pedem qualquer raciocínio de Einstein. Tudo que o jogador precisa fazer é conectar a base ao volante e ao câmbio através de cabos seriais que acompanham o produto.

Todo esse trabalho braçal, contudo, não é suficiente para ofuscar a brilhante experiência.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Compatibilidade limitada

Infelizmente, não dá para colocar na bandeja o game de corrida que der na telha e esperar que o volante ofereça a compatibilidade desejada.

Para usufruir de todos os recursos que o G27 oferece – rotação do volante em 900 graus, Force Feedback, troca manual de marchas –, o game precisa estar relacionado com essa especificação no site da Logitech. Alguns são compatíveis parcialmente com o acessório.

Gran Turismo 5 foi o campeão da análise. Assim que o PS3 é ligado, a direção se mexe sozinha para fazer o ajuste automático. Basta entrar no game e fim de papo.

Vale a pena?

O G27 é uma faca de dois gumes: os entusiastas vão amar, ao passo que os amadores vão estranhar. Ainda assim, a experiência é igualmente gratificante e dificilmente há espaço para frustração.

O investimento gira em torno de R$ 600 a R$ 800 (podendo custar mais ou menos que essa média) nas principais revendas do varejo nacional e certamente compensa pela soma de todos os benefícios oferecidos. O G27 compete diretamente com o modelo T500, da Thrustmaster, que tem montagem parecida.

Os perfeccionistas certamente encontrarão ressalvas porque sim, elas existem. Nada é perfeito. A calibragem complicada no PC e a pressão relativamente pesada que deve ser aplicada aos pedais podem incomodar alguns.

Mas esses detalhes críticos são completamente ofuscados. Não há como negar: ao sentar com o volante em frente a uma TV de 46 polegadas (essa é outra recomendação tela grande!) e Gran Turismo na bandeja do PS3, você vai entrar correndo na internet para pechinchar valores do G27, que carrega o peso da marca Logitech.

Via BJ

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