Cientistas querem usar cera para resfriar seus aparelhos portáteis

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(Fonte da imagem: Reprodução/Wired)

Pode parecer estranho, mas é verdade. Segundo a Wired, um grupo de pesquisadores está desenvolvendo uma tecnologia de resfriamento que utilizaria cera para ajudar um processador móvel a atingir altas velocidades sem superaquecer.

O conceito por trás do mecanismo surgiu com um dos maiores problemas dos sistemas de processamento atuais: embora um chip tenha uma enorme potência, ele raramente pode utilizar todos os seus transistores ao mesmo tempo, para evitar superaquecimentos.

A solução usada atualmente é criar processadores especializados em tarefas determinadas e deixar a CPU, capaz de trabalhar com funções de todo o tipo, com o menor trabalho possível. Com isso, porém, encontramos outra barreira: há um limite para as especializações que os outros processadores podem ter. Logo, nosso modelo atual nos obriga a deixar nossos computadores operando apenas com uma porcentagem do que eles realmente conseguem.

Da caminhada ao “Sprint”

Usando o sistema de resfriamento por cera, porém, teríamos a chance de inverter isso. “Talvez seja OK usar todos eles [os processadores], apenas não os use por muito tempo”, explicou Milo Martin, um professor associado da Universidade da Pensilvânia que trabalhou no projeto.

Mas como isso funcionaria? De acordo com a equipe, a ideia seria tirar todas as limitações dos processadores para que eles operem em seu máximo. A cera, por sua vez, absorveria parte do calor, permitindo que uma CPU se mantivesse nesse estado por um período de tempo maior sem superaquecer.

Infelizmente, usar a cera serviria apenas como um resfriamento temporário. Ao atingir 54 °C, o material passaria do estado sólido para o líquido, tornando-se incapaz de absorver calor e obrigando o processador a reduzir sua velocidade drasticamente até que o líquido voltasse novamente a ser sólido.

Como dito antes, o conceito seria inverter a maneira como a CPU opera, trocando uma velocidade média durante longos períodos por alto desempenho em curtas disparadas – o que eles chamam de sprinting computacional.

Incrível mas inviável

Em números, a eficiência ganha é absurda. Os testes feitos pela equipe indicaram que os processadores em sprinting podem eventualmente suportar 100 watts de potência por curtos períodos — dez vezes mais do que um Intel Core i7 suporta em seu trabalho normal. No entanto, não espere ver isso em seus aparelhos antes de uns cinco ou dez anos.

Isso se deve a uma série de fatores. Em primeiro lugar, não adianta ter chips comuns em ação aqui – eles precisam ser adaptados ao sprinting. Em segundo lugar, a cera utilizada para absorver o calor é cara demais para ser utilizada comercialmente, até o momento.

Mas o pior de todos os aspectos é que de nada adianta a capacidade de suportar uma quantidade dez vezes maior de watts se a bateria de seu celular não for capaz de dar toda a potência necessária. Logo, você pode esperar que um smartphone desses fique sem energia após pouquíssimo tempo de uso, até que uma solução equilibrada seja encontrada.

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Fontes

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