Análise: Fujifilm X100S

Imagem de: Análise: Fujifilm X100S

(Fonte da imagem: Divulgação/Fujifilm)

Recentemente, a Fujifilm anunciou o lançamento de novas câmeras digitais no mercado brasileiro. Compactas e com recursos manuais, elas vieram para abocanhar uma fatia do mercado que só tende a crescer.

Recebemos alguns modelos da marca para testes e, entre elas, estava a X100S. Ela tem comandos manuais e automáticos, visual retrô, sensor CMOS para cliques de até 16 MP, ISO 200 – 6400, lente fixa de 23 mm, modo B, saída HDMI e faz filmes em HD (1280 × 720).

A câmera tem um visual tão incrível, que foi capaz de parar todos os apaixonados por fotografia no escritório da NZN. Ao redor do aparelho, todos queriam saber as funções da câmera, além de arriscar seus próprios cliques.

Mas será que ela é tudo isso que promete? É isso que você vai descobrir nos próximos parágrafos. Nós destrinchamos a X100S e vamos mostrar para você os pontos positivos e negativos do aparelho.

Aprovado

Design incrível

Não há como negar: a X100S tem um visual de tirar o fôlego. Para quem já tem intimidade com aparelhos analógicos, nada aqui é novidade: botões para controle de velocidade do obturador, compensação de exposição e anel para seleção de abertura do diafragma, junto ao anel responsável pelo foco, ambos na lente.

(Fonte da imagem: Reprodução/Fujifilm)

Todos os comandos são práticos e ficam sempre à mão. A mudança de foco entre automático e manual, por exemplo, ganha um botão exclusivo na lateral esquerda da câmera. Basta mudar a posição da chave para ganhar total controle sobre o foco ou deixar de se preocupar com ele.

O corpo da câmera tem acabamento em couro, e ela também acompanha uma alça de pescoço preta, do mesmo material da câmera. Os detalhes no metal ajudam a dar o estilo retrô da câmera e o acabamento caprichado faz com que, mesmo com a sobreposição de couro sobre o metal, a X100S não seja tão frágil.

(Fonte da imagem: Reprodução/Fujifilm)

O tamanho da câmera também é perfeito e sua empunhadura é bastante agradável. Ela não é uma câmera pequena, mas segue o tamanho das câmeras analógicas de 35 mm. Para quem está acostumado com equipamentos leves, o peso da X100S pode assustar: são cerca de 400 gramas, contando acessórios e cartão de memória.

A princípio, isso pode não parecer bom, mas quem busca uma câmera com controles manuais, como essa, sabe que é importante ter um aparelho um pouco mais pesada para que se tenha mais firmeza na hora de fazer imagens de longa exposição, embora o equipamento tenha o apoio-padrão para tripé.

Sapata de flash universal

Outro aspecto positivo da X100S é a existência de uma sapata para flash, de tamanho universal. Assim, qualquer flash que você tenha em casa vai encaixar perfeitamente no equipamento e você não precisa gastar mais nada caso já tenha o acessório.

Visor híbrido

Ao olhar para a X100S, um detalhe chama bastante atenção: ela conta com um visor hibrido posicionado ao lado direito (esquerdo para quem segura a câmera), item inexistente em câmeras compactas e, até mesmo, em outros modelos da própria Fujifilm.

Além de aumentar ainda mais o ar retrô do equipamento, o visor também é bastante prático e conta com ferramentas essenciais para garantir bons cliques. Ali, você pode visualizar informações bastante completas, como nível digital, indicador de distância focal, histograma, velocidade do obturador, abertura de diafragma e ISO.

(Fonte da imagem: Divulgação/Fujifilm)

O visor é hibrido por mostrar as imagens de forma analógica ou digital, uma escolha que pode ser feita com uma pequena chave posicionada na parte frontal da câmera. Se quiser, você também pode fazer com que o conteúdo digital seja ativado automaticamente. Um sensor ao lado dele é o responsável por fazer a mudança sempre que você aproximar seu olho do visor.

Além da existência de informações sobre os cliques, o visor digital também mostra de maneira veloz a imagem feita após o disparo. Isso vai economizar muito tempo no uso do aparelho, já que você não precisa acessar qualquer menu para ter uma prévia do resultado. Assim, erros no enquadramento, exposição ou abertura podem ser corrigidos rapidamente.

Manual ou automático: a câmera democrática

As funções da X100S também chamam a atenção: a câmera traz opções incríveis tanto para quem manda bem nos comandos manuais quanto para aqueles que preferem deixar que o equipamento faça todo o trabalho sozinho.

Imagem feita com a X100S (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Para quem é fã de controlar manualmente o equipamento, uma boa notícia: a X100S traz o modo bulb, também conhecido como “Modo B”. Ele é essencial para que você faça imagens de longa exposição, já que o obturador permanece aberto enquanto você não soltar o botão de disparo. Para que tudo seja ainda melhor, a máquina cronometra o tempo de exposição, tanto na tela quanto no visor.

Imagem panorâmica feita no modo automático da X100S (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Além disso, o equipamento cria imagens em formato RAW, o que pode fazer com que você tenha imagens de altíssima qualidade. Para quem quer abusar de efeitos divertidos, ela também conta com um modo de imagens panorâmicas incrivelmente prático, filtros para simular o uso de filmes Fuji, entre outras possibilidades.

Reprovado

Mirrorless? Não!

A X100S tem diversas vantagens, mas entre as suas desvantagens está um item que acaba decepcionando bastante. Ela conta com uma lente fixa, de 23 mm, e não é possível trocá-la por outras. Em palavras simples, o que isso significa? Que a sua câmera não tem zoom.

Enquanto a abertura do diafragma é de 2.0, um bom número para lentes de uma compacta, ela não faz nenhuma aproximação, o que deixa o equipamento totalmente limitado. Ela é uma opção incrível para fazer fotos de pessoas e pode se mostrar como uma ótima companheira de viagens, mas, caso você queira aproximar qualquer detalhe, esqueça.

(Fonte da imagem: Divulgação/Fujifilm)

Ao navegar pelos acessórios disponíveis no site da Fujifilm, é possível encontrar uma lente de 19 mm que poderia ser adaptada ao equipamento, mas poucos detalhes são divulgados sobre essa possibilidade. Em uma tabela de custos que recebemos da Fujifilm com valores de todas as câmeras e acessórios, os preços de lentes da marca variam entre R$ 1.599,00 e R$ 2.999,00 – o que indica que, mesmo que seja possível adaptar uma lente sobre a original, o valor é bastante salgado.

Flash fraco

Embora a câmera tenha uma sapata universal para flash, o que é uma grande vantagem, o flash padrão dela é bastante fraco. Ou seja: se você já não contar com o acessório, vai precisar desembolsar mais um pouco para fazer boas fotos em ambientes escuros.

Preço

O grande vilão da X100S é o seu preço: ela chega ao mercado brasileiro por R$ 4.299, um valor incrivelmente alto para sua categoria.

Vale a pena?

Se você é um fotógrafo amador ou profissional e já conta com uma câmera DSLR, mas procura uma câmera compacta para carregar por todos os lados, a X100S é, sem dúvidas, uma alternativa a se pensar. Ou, melhor: ela seria a escolha perfeita, caso não custasse o mesmo que uma câmera profissional de entrada.

Com o preço da X100S no Brasil (sugerido pelo fabricante em R$ 4.299), você pode comprar, por exemplo, uma Canon EOS Rebel T3i (R$ 3.000). Se considerarmos o preço que ainda é praticado pelos lojistas no modelo anterior (X100), o susto pode ser ainda maior – e é bastante provável que o valor do equipamento antigo se torne o preço real do produto nas lojas.

Com um valor assustador que fica entre R$ 5.000 e R$ 5.500, além da T3i, você ainda pode ter dinheiro o bastante para adquirir mais uma lente, além da lente-padrão do kit. A Canon 60D também entra no páreo, já que ela custa quase o mesmo preço que a X100S.

Se você é fã da marca Nikon, a comparação é ainda mais impressionante: uma D3200, com sensor de 24 MP, sai por R$ 2.800, enquanto a sua versão de 14 MP pode ser encontrada por cerca de R$ 1.899, também com uma folga grande o bastante para a compra de, no mínimo, mais uma lente e outros acessórios.

O que mais deixa essa competição desproporcional é pensar que você está investindo tanto dinheiro em um equipamento com lente fixa (23 mm) e, o pior: sem a possibilidade de trocá-la para cliques diferentes. Se a X100S fosse mirrorless, o seu preço com certeza seria justificado.

(Fonte da imagem: Divulgação/Fujifilm)

Se você é apaixonado por fotografia analógica ou simplesmente acha um charme o estilo das câmeras antigas, quem sabe você possa considerar os equipamentos da Leica – como a X2 – que podem ser adquiridos por valores próximos aos da X100S (cerca de R$ 6.000) e são famosas como as câmeras “mais caras do mundo” por sua qualidade impressionante.

Agora, se você pode trazer o equipamento do exterior (US$ 1.300 ou R$ 2.600) e a intenção é investir em uma compacta de qualidade, a X100S não vai decepcionar. Ela tem todas as funções manuais bastante acessíveis, além de contar com uma série de facilidades que você vai encontrar apenas nas compactas, como filtros na câmera e uma ferramenta que permite a criação de imagens panorâmicas. De qualquer forma, um preço mais justo no equipamento seria bem-vindo, pois o investimento atual dificilmente vai valer a pena.

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