Summly e suas supostas "cartas debaixo da manga"

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Seria este apenas mais um "escândalo midiático"? (Fonte da imagem: Reproduçã/Lowecunsel)

Nick D’Aloísio, um jovem de 17 anos, vendeu um aplicativo ao Yahoo! por mais R$ 120 milhões nesta semana. O Summly é capaz de buscar notícias e elencar palavras-chave, dando ao leitor mais eficiência e rapidez durante sua tarefa diária de manter-se informado. Mas, como coloca Stilgherrian do site Zdnet, “que tal remover a ‘superfície mitológica’ do Summly? Ainda, quais seriam os verdadeiros motivos do investimento feito pelo Yahoo?”

Como possíveis respostas, o que mais parece ser uma “teoria da conspiração” vem à tona. “D’Aloísio não criou uma nova linguagem de processamento. Ele apenas reescreveu o software de um aplicativo de iOS simples usando o Processamento de Linguagem Natural (NLP), licenciado pela SRI International”, afirma o jornalista.

Nick D’Aloísio, criador do aplicativo. (Fonte da imagem: Reprodução/Bloomerang)

Essa organização, ainda nas palavras de Stilgherrian, “foi um setor ‘expulso’ da Universidade de Stanford em 1946 por desenvolver pesquisas em ‘conhecimento, comércio, prosperidade e paz’. Tradução? Fazer a America vencer a Guerra Fria”, defende o escritor. E mais: a “SRI International tem sido a NLP [órgão político estadunidense] por décadas”, diz, em tom de revelação, o “caçador de mitos”.

Conspiração tecnológica?

“A NLP ajudou a CIA a analisar milhares de documentos de engenharia soviéticos, reescrevendo-os em resumos úteis – exatamente como o Summly faz com as notícias hoje”, afirma, com veemência, Stilgherrian. E quanto ao assistente pessoal equipado com uma linguagem natural de respostas a mensagens? “Bom, como você pode abreviar SRI International?”, polemiza o jornalista.

A tese defendida por Stilgherrian se baseia em um tipo de corrida tecnológica: “Olhe para a página inicial de Summly e perceba a presença de grandes executivos e celebridades, como Ashton Kutcher e Yoko Ono”. Emin Sirer, professor da Universidade de Cornell, também analisa friamente o app e dispara: “Ele [o aplicativo] não leu Ulysses, de James Joyce, e não é capaz de entender as metáforas do livro trazendo apenas os pontos-chave da obra”.

Seria realmente possível extrair o que há de mais relevante em artigos e matérias? Pelo menos em uma perspectiva subjetiva, parece complicado engolir qualquer resumo automaticamente feito. Mas e se as versões compiladas de texto já estiverem prontas? “O primeiro parágrafo das matérias dos sites conveniados estão escritos em TL [código de ‘seleção’ de palavras]”, sugere Stilgherrian.

Para o jornalista, existe um tipo de “ponto de partida” já sendo criado pelas grandes corporações. “Todo mundo está sobre os ombros dos gigantes que já existem (...). Apesar de ser o quarto site mais visitado, o Yahoo! ainda não é um fenômeno global. O internautas gastam cerca de 9 minutos na página da empresa, 15 minutos na do Google e cerca de 28 minutos no Facebook”, conta o escritor.

Yahoo! pretenderia "atacar" o mercado dos mobiles. (Fonte da imagem: News.Softpedia)

Parece que o Yahoo! pretende não apenas oferecer um serviço de seleção automática de informações ao internautas; parcerias recentes com outras empresas têm sugerido que a companhia compradora do Summly “almeja atacar o mundo dos mobiles” de forma mais intensa. Estariam as reflexões de Stilgherrian e Sirer corretas? O que você acha?

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