Primeiras impressões: Ubuntu Touch

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Oficialmente anunciado no começo de 2013, o Ubuntu Mobile OS (também conhecido como Ubuntu Touch) impressionou a todos com seu visual inovador e funcionalidades que podem garantir experiências similares entre diferentes dispositivos.

Para dar um gostinho do que vem por aí, a Canonical liberou recentemente a versão Developer Preview do sistema. Claro que não perdemos tempo e já testamos todos os recursos para ver se o famoso Linux para desktops tem chances no mercado dos portáteis.

Recentemente, instalamos o sistema em um Google Nexus 7. Se você está curioso para saber qual é a atual condição do sistema e se ele realmente pode fazer frente ao Android, recomendamos a leitura deste artigo.

Diferente de tudo o que você já viu

Ao inicializarmos o Ubuntu Touch pela primeira vez, não temos qualquer surpresa com uma tela de carregamento animada. A tela de bloqueio também não desperta grandes emoções, principalmente porque ela não conta com elementos interativos (vale notar que o sistema trará atualizações instantâneas e atalhos fáceis em sua versão final).

Ampliar (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Apesar de não termos grandes surpresas nos primeiros segundos de uso, basta navegar para a tela inicial para conferir o belo trabalho que a Canonical está realizando. O primeiro contato com o Ubuntu Touch é simplesmente fantástico. O sistema está muito bonito, tal qual esperávamos após ver os vídeos de apresentação.

A tela inicial é elegante e, sem precisar explorar muito, podemos ver que ela é organizada e funcional. Através de cinco áreas de trabalho principais, o sistema oferece ferramentas e utilidades para o usuário. Você pode conferir tudo nos seguintes espaços: Music, People, Home, Apps e Videos. A versão demonstrativa traz uma série de conteúdos de exemplo em cada área.

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A grande mudança aqui não está nem nas separações de conteúdo, mas sim na integração entre o sistema e os softwares. Basicamente, podemos dizer que o Ubuntu Touch oferece conteúdo multimídia e serviços sociais nativamente, ou seja, você não precisa abrir um app para saber quais músicas foram lançadas ou para visualizar atualizações dos seus amigos.

Poderia ser mais intuitivo

O diferente muitas vezes pode ser complicado. No caso do Ubuntu Touch, isso é a mais pura verdade. Sem qualquer instrução visual de como você deve desbloquear a tela, interagir com os apps ou realizar outras atividades, a versão para portáteis não se mostra muito intuitiva.

Quem nunca viu um vídeo do Ubuntu Touch ou não sabe quais são as novidades do sistema pode ficar simplesmente olhando para a tela de bloqueio por alguns minutos. Cliques em qualquer região da tela não realizam absolutamente nada, visto que toda a funcionalidade está baseada no deslizar dos recursos a partir das laterais.

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A falta de um atalho visível para a tela inicial pode ser um aspecto negativo. Tal característica deixa alguns usuários sem saber o que fazer na hora de explorar o sistema. É claro que as pessoas podem se habituar com o tempo, mas a estranheza inicial pode ser um aspecto que mais afaste os consumidores do que um detalhe que os chame para descobrir algo novo.

Tudo bem, a ideia de ocultar as ferramentas e atalhos é deixar a tela livre para que somente o conteúdo importante seja exibido, contudo, considerando a praticidade, podemos dizer que o Ubuntu Touch não se mostra tão simplificado quanto outros sistemas.

Uma versão bem crua

Deixando a experiência de uso de lado, vamos falar da usabilidade da atual versão. Quando iniciamos o sistema pela primeira vez, tivemos a impressão de que lidaríamos com um software pronto para testes e suficiente para atividades básicas. Pois é, isso não ocorreu e ficamos muito decepcionados.

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Tirando a possibilidade de visualizar os menus laterais, explorar a homescreen e navegar na web, podemos dizer que todo o sistema, em sua versão para desenvolvedores, é composto por screenshots. Nem todos os “apps” instalados oferecem interatividade.

Ao abrir o jogo Sky Safari, por exemplo, você vai ficar tentando iniciar uma partida, mas não irá a lugar algum. Outros aplicativos como a calculadora, o player de música e a previsão do tempo também não aceitam comandos de toque. Só para constar, o Facebook e o Twitter disponíveis no sistema são carregados no navegador.

O Ubuntu Touch, em sua versão Developer Preview, não apresentou boa velocidade no Google Nexus 7. O sistema demora cerca de 1 minuto para carregar e apresenta lentidões nas transições de tela e na navegação. É importante notar que o software ainda está recheado de bugs (teclado que nunca mais sai da tela, ícones que ficam presos no meio do display e outros).

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O recurso multitarefa do sistema é bem interessante e parece funcionar, mas, por ora, devemos dizer que ele consome muita memória e bateria. Em nossos testes, a energia se esgotou em pouco mais de 4 horas com o adaptador WiFi ligado. Além disso, notamos maior lentidão depois de abrir alguns apps.

Nada de apps ou grandes funcionalidades

A versão Developer Preview do Ubuntu Touch não aceita a instalação de novos apps (inclusive ele não traz nada além de um browser funcional). É importante notar ainda que o sistema não permite executar vídeos ou tocar músicas. Ao conectar o tablet um uma porta USB, não há opções para explorar o dispositivo de armazenamento.

Falando em vídeos, a atual versão do sistema não mostra compatibilidade para reproduzir conteúdo do YouTube ou de outros portais grandes. Aparentemente, o sistema não tem compatibilidade com o Adobe Flash. É curioso notar, no entanto, que apesar da falta do plugin e uma série de apps, o browser do sistema (que é baseado no Safari) mostrou melhores resultados do que o navegador-padrão do Android.

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Por estar em desenvolvimento, muitos recursos que existem em outros sistemas estão faltando aqui, caso das funções multitouch para ampliar imagens. É curioso que a Canonical tenha bloqueado todo o tipo de acesso às configurações do sistema, impedindo que pudéssemos conhecer qualquer detalhe avançado do software.

Devo instalar em meu Nexus?

Depois de tantas considerações, queremos dizer que esta não é uma análise completa e que, portanto, não vamos definir se o Ubuntu Touch é superior ou inferior aos concorrentes. O sistema está dando seus primeiros passos e claro que a Canonical apenas liberou uma versão para incentivar os desenvolvedores e o público a conhecerem um pouco do que estão criando.

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Em suma, ficamos satisfeitos com o design e os diferenciais do sistema. Claro, neste primeiro teste, estranhamos algumas novidades, mas isso não quer dizer que as ideias sejam ruins ou que não vão funcionar no futuro. O consumo de memória e bateria nos deixou preocupados, porém isso deve ser corrigido na próxima versão de testes.

Agora, a pergunta quer não quer calar: posso instalar o sistema seguramente em meu Nexus? Sinceramente, não recomendamos. Por se tratar de uma versão prévia para desenvolvedores, o Ubuntu Touch ainda está recheado de bugs, não permite instalar novos apps e não deve oferecer uma experiência confortável.

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Conforme a informação da Canonical, a versão para smartphones já oferece funcionalidades de telefonia e mensagens, mas isso não quer dizer que o sistema vai suprir suas necessidades. Caso você não tenha medo de modificar o seu gadget, então vá fundo e experimente a novidade, mas saiba que você está por sua conta e risco.

O potencial é grande

Ainda que o Ubuntu não tenha nos oferecido grandes funcionalidades, ficamos impressionados com a ousadia do sistema. As novidades são muito bem-vindas e acreditamos que este pode ser um grande concorrente para o Android e para o iOS. Nossa maior dúvida sobre o sucesso do Ubuntu está diretamente ligada às parcerias que ele vai estabelecer e aos apps disponíveis.

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Primeiro, é preciso considerar que a Canonical vai precisar de fabricantes interessadas em lançar dispositivos com o sistema instalado de fábrica. Afinal, se ele depender da boa vontade de consumidores dispostos a abandonar o Android e arriscar seus smartphones, seu futuro estará comprometido e muito incerto.

Além disso, vale lembrar que o Ubuntu vai precisar convencer muitos desenvolvedores a criarem apps compatíveis, pois tais softwares serão essenciais para atrair os consumidores. Existe a opção de compatibilidade com apps de Android, mas duvidamos que Canonical vai partir para esse tipo de recurso.

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