A briga agora é outra: a era do megapixel nas câmeras acabou

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Pouco a pouco, caminhamos para a morte das máquinas fotográficas compactas: ter um equipamento que captura fotos de qualidade e caiba bolso já é o ponto essencial na hora de escolher um smartphone. A possibilidade de ter diversas ferramentas em um só aparelho – capturar, editar e compartilhar qualquer imagem – faz com que os smartphones ganhem muitos pontos nessa disputa.

O mercado aquecido possibilita a venda de aparelhos com câmeras superiores a 40 MP, um número bastante impressionante até mesmo em comparação com câmeras profissionais. O 808 PureView, da Nokia, é um exemplo: o smartphone conta com sensor de 41 MP e 16 GB de armazenamento.

De olho nas mudanças, a indústria fotográfica também cria modificações que podem afetar consideravelmente a forma como criamos nossas fotografias. Um artigo do The Verge mostra exatamente essa situação: a popularização de equipamentos profissionais possibilita o aumento da prática da fotografia de forma amadora e, nos últimos anos, o próprio público passou a procurar equipamentos que “fazem mais”.

A ideia por trás disso tudo é que, com um smartphone que já captura fotos de alta qualidade, é preciso que uma câmera compacta tenha muito mais a oferecer para fazer valer a compra. Isso popularizou as câmeras DSLR, como cita Sander Van Velzen, gerente de produtos da Nikon.

No entanto, nem todos se sentem confortáveis com controles manuais, o que abre espaço para que as compactas continuem na briga. A estratégia da indústria agora é apostar em uma possibilidade que pode ser exclusividade das câmeras fotográficas por um bom tempo: sensores maiores.

Fullframe vs Crop factor

Câmeras digitais contam com dois tipos de sensores e são eles que fazem toda a diferença na qualidade de uma imagem. Sensores fullframe têm tamanho equivalente ao dos sensores de câmeras analógicas, criando imagens no tamanho exato de um frame de filme 35 mm.

(Fonte da imagem: Reprodução/Dicas de Fotografia)

Já os sensores de corte ou cropped (com o chamado fator de corte ou crop factor) são menores que os sensores fullframe, resultando em imagens de tamanho menor, como se fossem cortadas. Segundo um artigo do The Verge, uma das diferenças nisso é que os sensores fullframe têm melhores resultados em ambientes com baixa luminosidade e mostram sensíveis mudanças na profundidade de campo das imagens.

Segundo Steve Marshall, diretor de marketing da Canon, quanto maior o sensor, mais pixels a imagem terá, o que diminui o ruído e, por isso, a qualidade de imagens em baixa luminosidade (e alto ISO) acaba sendo melhor.

Melhor qualidade com preços mais acessíveis

O maior problema das câmeras fullframe sempre foi o preço: equipamentos com sensores equivalentes aos 35mm são vendidas por valores se iniciam nos US$ 3 mil. Isso fez com que os produtos se tornassem exclusividade de profissionais ou amadores dispostos a gastar muito mais para ter imagens de maior qualidade.

(Fonte da imagem: Divulgação/Canon)

No entanto, durante a Photokina deste ano, as câmeras fullframe encontraram um novo mercado. Pela primeira vez, a indústria lançou câmeras de sensor equivalente a 35 mm com valores mais acessíveis, como é o caso da Nikon D600 e a Canon EOS 6D, ambas com valores na faixa de US$ 2 mil.

Embora isso ainda não seja exatamente um preço popular para amadores, é a primeira vez que câmeras fullframe chegam ao mercado por valores que antes só poderiam comprar um equipamento cropped.

A fullframe compacta

Além de mais baratas, a partir deste ano as câmeras fullframe passam a ser ainda menores, batendo de frente com as compactas disponíveis atualmente no mercado. A Cyber-shot RX1 é o melhor exemplo disso.  O equipamento é capaz de fazer imagens de 24,3 MP com ISO de até 25,600.

(Fonte da imagem: Divulgação/Sony)

No entanto, a combinação de tamanhos menores e sensores maiores traz também preços mais altos. O modelo da Sony estará disponível no mercado em novembro por US$ 2,8 mil, mas é possível esperar uma queda de preços com lançamentos de concorrentes.

Smartphones e câmeras compactas no ringue

É bastante difícil acreditar que smartphones possam abrigar sensores fullframe: a batalha dos gadgets para que os aparelhos sejam cada vez menores e mais finos faz com que sensores equivalentes aos de 35 mm mantenham-se como fator exclusivo das câmeras compactas e profissionais.

Isso pode garantir a permanência das câmeras compactas no mercado e assegura que exista um espaço para equipamentos de melhor qualidade, mas que ocupem menos espaço e não exijam conhecimentos avançados em fotografia. A batalha das fullframes está só começando, mas já é possível esperar que as novidades inundem o mercado até o próximo ano.

Fontes: Teh Verge I, II, Digital Photography School, About,

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