F-35 Lightning II: a nova águia de guerra

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Ampliar (Fonte da imagem: F-35 Lightning II)

A chegada dos dois primeiros F-35 à base aérea de Eglin marcou o fim da era em que caças como o A-10 Thunderbolt II, o F-18 Hornet e o Sea Harrier eram as mais importantes armas em uma guerra. Até o fim de 2012, 300 aviões Lightning II devem tomar a frente de batalha nos exércitos de países como Estados Unidos, Canadá, Itália e Reino Unido.

Mas o que faz o F-35 tão poderoso a ponto de tornar obsoletos veículos que sempre foram considerados como as melhores máquinas de guerra? Confira a resposta neste artigo feito pelo Tecmundo.

Versatilidade extrema

Criado pela Lockheed Martin (fabricante de caças famosos, como o SR-71 Blackbird), o F-35 Lightning II foi projetado para não ser uma simples máquina de guerra, e sim uma nave versátil para conseguir sobreviver ao campo de batalha do século XXI.

O resultado foi um veículo que combina uma série de características de várias outras aeronaves. O F-35 possui a velocidade e o poder de fogo de um caça, o design e revestimento usado em aviões de espionagem para ser quase invisível a radares, é capaz de levantar voo como um helicóptero e tem até mesmo um compartimento de bombas.

STOVL

Não, isso não é um erro de digitação, mas sim a classe de veículo a que o F-35 pertence. Aeronaves do tipo STOVL (“Short Take Off and Vertical Landing” ou “Decolagem Curta e Aterragem Vertical”) conseguem levantar voo em curtas distâncias e pousar verticalmente, como o próprio nome sugere.

É aqui que muitos podem pensar que isso não é “grande coisa”, já que o caça Sea Harrier, em serviço desde 1983, consegue levantar voo e pousar verticalmente. Mas esse Harrier é considerado extremamente problemático, uma vez que seu sistema de propulsão direta causa várias complicações de temperatura, velocidade e potência.

Para evitar o mesmo erro do Harrier, o Lightning II usa um sistema patenteado, chamado “shaft-driven LiftFan”. Ele consiste em uma turbina instalada logo atrás da cabine, que dá propulsão vertical extra para que o avião levante voo em apenas alguns metros.

Já na hora do pouso, a situação é um pouco diferente: para manter a estabilidade na descida, três tubos direcionam a propulsão gerada pela turbina principal, de forma que ela vá para baixo, como você pode ver nessa imagem.

Ampliar (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)

Por que tantas portas abrindo?

Ao ver o F-35 pousando, é provável que você se pergunte o motivo para todos os compartimentos inferiores ficarem abertos durante o processo.

A resposta é bastante simples: deixando o maior número de portas abertas no veículo, a resistência do ar contra o caça aumenta, ao mesmo tempo em que isso cria uma “almofada de ar” sob ele. Assim, o piloto consegue manter ainda mais estabilidade durante os pousos.

Sempre informado

Como todo bom caça de espionagem, o F-35 está conectado o tempo todo com seu centro de operações. Ele é capaz de transmitir as informações para qualquer local, seja uma base terrestre, um navio de guerra, outros aviões ou até mesmo satélites.

Os dados que ele pode enviar permitem que qualquer perigo possa ser neutralizado com facilidade, graças aos diversos sensores espalhados por toda a estrutura do caça. Eles captam absolutamente tudo o que está acontecendo na terra e no ar a 360°, seja na forma de um mapa detalhado ou como imagens em tempo real.

Todas essas informações podem ser acessadas pelo piloto. Mas diferente do que ocorre nos caças comuns, os dados coletados não são exibidos em painéis, e sim diretamente no visor do capacete do soldado.

Ampliar (Fonte da imagem: Defense Industry Daily)

As informações não se resumem apenas ao que está ao redor do F-35, como também do estado do próprio veículo. Seu interior também está repleto de sensores que enviam avisos sempre que qualquer peça apresente problemas no funcionamento, por menor que ela seja.

Assim, não há necessidade de deixar o caça inativo por longos períodos apenas para uma inspeção. Basta chegar até a peça com defeito e consertá-la.

Escolha seu modelo

Assim como ocorre com os carros, os países interessados em adquirir um F-35 têm à sua disposição três modelos diferentes, projetados para tarefas distintas.

F-35A CTOL – o faz-tudo

Este poderia ser considerado o modelo mais básico da linha e também o mais versátil dos modelos. Ele é uma nave de classe CTOL (Conventional Take Off and Landing), desprovida do sistema de turbinas que tornou o F-35 tão famoso.

Em compensação, ele é o modelo mais bem preparado para batalhas: além de ter um canhão GAU-22 25 mm extra, sua aceleração é a maior entre os F-35, permitindo que os pilotos realizem manobras que alcançam até 9 g.

F-35B STOVL – metade caça, metade helicóptero

O astro da linha foi desenvolvido para poder pousar e levantar voo em áreas pequenas demais para qualquer outro caça. Ele é o único modelo de classe STOVL existente, dotado do sistema “shaft-driven LiftFan”.

Sua versatilidade tem um preço: para que possa levantar voo com facilidade, ele precisa ser extremamente leve, o que o obriga a ter menos espaço para armas que os outros F-35. Parte do tanque de combustível também foi sacrificada para diminuir ainda mais o peso, o que lhe dá uma autonomia menor.

F-35C CV – para porta-aviões

Criado para ser usado em porta-aviões, o último modelo é tanto o maior quanto o menor F-35. Isso porque suas asas são mais largas e contam com ailerons (partes móveis das asas que ajudam a manobrar um avião) extras para facilitar o controle na hora do pouso, mas que podem ser dobrados para ocupar menos espaço no navio.

Por ser desenvolvido especialmente para porta-aviões, toda a sua estrutura do F-35C é reforçada, para que ele suporte melhor as forças exercidas com as catapultas e cabos de retenção, tanto ao levantar voo quanto ao pousar.

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Os avanços do F-35 tecnológicos são incríveis, unindo o melhor de todas as máquinas de guerra aéreas em um único veículo. Assim, se os caças que vieram antes dele duraram quase 30 anos antes de serem ultrapassados, não espere que o Lightning II vá ser substituído tão cedo.

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