Turismo espacial: já posso passar minhas férias em Marte?

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O setor de turismo é um dos que mais movimenta a economia de alguns países ao redor do planeta. Em alguns lugares, como nos Estados Unidos, a seção de viagem está entre as três que mais geram empregos. Novas atrações para entreter e atrair os viajantes de plantão estão sempre surgindo, e cada país tem a sua tática para chamar a atenção dos turistas.

Mas uma ideia diferente de turismo tem sido amadurecida por grandes empresas: o turismo espacial. Tornar a própria Terra uma atração turística parece agradar não só viajantes, mas também empreendedores de todos os setores.

Turismo espacial? Essa é nova!

Na verdade, a fantasia de enviar civis para passar algum tempo no espaço já é considerada antiga. Ao longo dos últimos 30 anos, a viabilidade em criar esse tipo de turismo foi examinada de perto por especialistas de diversos setores, incluindo cientistas. As primeiras tentativas de comercialização já vêm sendo feitas há mais ou menos 12 anos, mas os preços ainda são extremamente elevados.

Até o ano de 2009, sete civis já foram para o espaço a bordo das cápsulas russas, graças a um acordo comercial firmado entre a agência espacial e a empresa norte-americana Space Adventures.

O multimilionário Dennis Tito foi o primeiro turista espacial da história. Em 2001, ele pagou a bagatela de US$ 20 milhões à agência espacial russa para embarcar em uma de suas cápsulas e, juntamente com alguns astronautas, passar quase 10 dias na órbita da Terra à bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).

No ano seguinte foi a vez do sul-africano Mark Shuttleworth ficar famoso com a sua viagem para o espaço e, depois, com a fundação da Canonical Ltda, empresa responsável por distribuições Linux como Ubuntu e Kubuntu.

Em 2005, o cientista Gregory Olsen foi à ISS e, no ano seguinte, sua compatriota Anousheh Ansari tornou-se a primeira turista mulher a ficar hospedada na Estação Espacial Internacional. Charles Simonyi é, até o momento, o único a ir duas vezes para o espaço como turista (2007 e 2009). O diretor da Space Adventures também teve a sua participação no setor de turismo, embarcando para sua aventura no ano de 2007.

Como você pôde ver, a ideia de colocar um civil para passar algum tempo admirando a Terra do alto não é tão nova assim. O problema é que ainda não há nenhum tipo de instalação própria para os turistas e o valor cobrado é muito alto para a maioria das pessoas. Mas isso pode mudar logo.

Para o futuro

Existem diversas empresas de turismo espacial que têm como objetivo principal veículos e cidades na órbita terrestre dentro das próximas décadas. Milhões de dólares são investidos todos os anos a fim de tornar possível o envio de civis para uma estadia no espaço.

As companhias mais conhecidas são a Space Adventures e a Virgin Galactic. Além de toda a pesquisa que é desenvolvida para tornar possível a vida no espaço com mais conforto, as empresas também oferecem outras atrações, como voos que simulam a gravidade zero.

A Space Adventures provoca os viciados em viagens e explorações com convites para a primeira exploração lunar realizada por uma empresa privada. Enquanto isso, a Virgin Galactic possui um plano de turismo espacial, previsto para entrar em funcionamento nos próximos 18 meses. Aqueles que desejarem já podem adquirir a passagem para dar uma volta e ver a Terra de uma altura de 62 milhas (100 km).

O objetivo das duas empresas é mais do que construir foguetes e levar o ser humano para dar uma volta ao redor da Terra. O plano é criar hotéis e tornar o espaço um ponto turístico interessante e viável economicamente. Antes de começar a planejar e enviar materiais para o espaço, é preciso levar em conta algumas dificuldades.

Problemas a serem superados

O custo para o envio e a manutenção de veículos espaciais não é nada barata. A reentrada na atmosfera terrestre acelera o desgaste do material com o qual as naves são revestidas. Obviamente, boa parte desse valor para manter os veículos em funcionamento será repassada para os viajantes. Dessa forma, o preço de US$ 20 milhões por uma viagem no espaço não deve diminuir muito nos próximos anos.

Um problema que as empresas de turismo espacial vêm enfrentando é a falta de confiança da população no serviço prestado. Desde a corrida espacial, os únicos que mandam pessoas e veículos pesados para o espaço são os russos e a NASA. Com isso, acreditar que uma companhia privada conseguirá realizar tal façanha é um pouco difícil para algumas pessoas.

Manter os astronautas na Estação Espacial Internacional não é fácil. São muitos anos de preparo e testes para se adaptarem à comida desidratada e às condições de vida no espaço. Com o turismo espacial não seria diferente.

Módulo para sobrevivência na Lua. (Fonte da imagem: Space Adventures)

Ou os viajantes terão que ser submetidos a treinamentos e simulações para aprender a viver por algum tempo em um ambiente totalmente diferente àquele encontrado na Terra, ou os pesquisadores teriam que encontrar algum jeito de simular a atmosfera e demais condições terrestres no espaço.

Embora a segunda opção pareça muito mais cara em um primeiro momento, ela permitiria que você marcasse hoje uma viagem para amanhã, por exemplo. Enquanto que no primeiro caso, seriam necessários alguns meses para preparo e adaptação.

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Os desafios para manter a vida no espaço de maneira confortável são muitos. Apesar de toda a dificuldade, os pesquisadores estão empenhados em tornar o turismo espacial algo mais concreto nos próximos anos.

Mesmo que demore algum tempo, o resultado das pesquisas feitas até então, com o propósito de levar turistas ao espaço, podem ser muito úteis também para tornar a vida dos astronautas mais confortável a bordo da ISS.

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