Dilma diz que não concorda com "violações de soberania" dos EUA

Imagem de: Dilma diz que não concorda com "violações de soberania" dos EUA

Não param de surgir novidades sobre a espionagem norte-americana (Fonte da imagem: Reprodução/Washington Post)

Nas últimas semanas, o mundo foi balançado pela notícia de que os Estados Unidos mantêm programas de espionagem online sobre usuários de todo o planeta.

O chamado PRISM é conduzido pela NSA, uma das agências de defesa norte-americanas, e foi denunciado por um agente que trabalhava dentro do projeto.

E novidades mostrando toda a profundidade dos dados coletados pelos Estados Unidos não param de aumentar. O jornal O Globo, por exemplo, fez uma reportagem mostrando que o Brasil só ficou atrás dos EUA em dados vigiados.

A publicação colocou as mãos em alguns dos documentos vazados por Edward Snowden e fez um rápido levantamento. Eles não só conseguiram apontar que o Brasil é o segundo país mais vigiado nas Américas, como também nós tivemos mais de dois bilhões de mensagens e ligações monitoradas pelo PRISM e pelo Fairview, programa semelhante e que trabalha ao mesmo tempo.

Presidente do Brasil cobrou explicações (Fonte da imagem: Reprodução/Ueslei Marcelino/Reuters)

O Globo foi ainda mais longe e, em nova reportagem publicada na última segunda-feira, denunciou que a NSA, em conjunto com outro órgão de espionagem norte-americano, a CIA, mantinha há mais de dez anos uma estação de espionagem para coletar e enviar dados de brasileiros via satélite.

Queremos explicações

Assim que as denúncias sobre a espionagem norte-americana no Brasil vieram à tona, a presidente Dilma Rousseff veio a público pedir explicações. Segundo ela, os programas mantidos pelos Estados Unidos representam violações de soberania e de direitos humanos.

Além da presidente, alguns setores específicos do governo também se manifestaram. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, por exemplo, disse não ter qualquer dúvida de que os EUA monitoram brasileiros. Segundo o G1, Bernardo teria dito que “(se) até o Parlamento Europeu foi monitorado, você acha que nós não fomos? Agora, as circunstâncias em que isso se deu, a forma exata e a data, isso temos que verificar”.

Mudanças no Marco Civil da Internet

Uma das maneiras encontradas pela presidente para tentar impedir esse tipo de monitoramento é realizar algumas alterações no Marco Civil da Internet, documento que visa regulamentar o uso da internet no Brasil.

Marco pode sofrer novas mudanças (Fonte da imagem: Reprodução/Mega Sim!)

Com isso, o projeto, que ainda não foi votado, pode trazer mudanças que protejam a segurança das informações de todos os habitantes de nosso país. E uma alteração proposta pela presidente é a manutenção de dados dos brasileiros aqui mesmo em terras brasileiras.

“Vamos dar uma revisada porque uma das questões que devemos observar é onde se armazenam os dados. Porque muitas vezes os dados são armazenados fora do Brasil, principalmente os do Google. Queremos obrigatoriedade de armazenamentos de dados de brasileiros no Brasil. E fazer revisão para ver o que pode garantir melhor a privacidade”, disse a presidente, em pronunciamento feito na última segunda-feira.

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