Documentos revelam que Bin Laden não sabia como usar o email

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(Fonte da imagem: Reprodução/FBI)

Um ano depois de capturar e matar Osama Bin Laden, órgãos de segurança dos Estados Unidos ainda repercutem as ações do terrorista mais famoso do mundo. A novidade agora é uma série de cartas e emails trocados entre aliados da Al-Qaeda, mostrando um pouco mais sobre o grupo que mudou o planeta com o ataque de 11 de setembro.

Entre as 17 correspondências liberadas pelo Centro Militar de Combate ao Terrorismo do Exército, estão recomendações aos aliados, planos sobre o futuro da organização e até uma bronca nos terroristas mais jovens. O Wired selecionou algumas delas, que incluem até um email enviado por quem não tem muita prática no assunto.

O senhor da guerra

Bin Laden mostrava-se preocupado com os aliados – e sabia das dificuldade em segurar o poder bélico norte-americano. “Nossos irmãos do Waziristão [região noroeste do Paquistão], por exemplo, disseram estar realmente exaustos dos bombardeiros aéreos dos inimigos”, escreveu o terrorista em uma mensagem.

A influência do líder da Al-Qaeda era grande, sendo comum que outros terroristas fizessem pedidos de armas ou tropas para suportar ataques. Em um email recebido, um de seus seguidores implora por dinheiro para comprar mísseis, que seriam utilizados para abater aeronaves dos EUA que estavam destruindo todos os caminhões de sua frota.

Onde é para clicar mesmo?

Apesar de se comunicar frequentemente com aliados, Bin Laden não era um grande adepto do email – muito menos um internauta experiente. “Eu também envio um arquivo chamado ‘Anexos para Shaykh Mahmud’”, diz uma mensagem bastante redundante.

(Fonte da imagem: ThinkStock)

Além disso, a internet não era uma grande aliada, já que espiões poderiam interceptar até mesmo o correio eletrônico. Por isso, ele apelava para um método primitivo e offline: entregava a mensageiros pendrives contendo todos os emails que ele queria enviar. De um local seguro, o subordinado mandava os textos aos destinatários.

Geração perdida

Uma crítica constante feita pelo terrorista em suas cartas é que os jovens da Al-Qaeda não odeiam tanto os EUA quanto deveriam – aquele papo de que, no tempo dele, as coisas eram bem diferentes.

Para consertar isso, ele era bem direto quanto a quem era o alvo. “Se estivéssemos em uma estrada (...) e veículos afegãos, da OTAN e dos americanos passassem, escolheríamos emboscar os últimos, mesmo que eles tenham o máximo de soldados possível. Você só deve atirar nos demais se eles atacarem nossos irmãos antes”, orientou Bin Laden em uma carta.

Nem tão amigos assim

A imprensa e os Estados Unidos costumavam acreditar que Irã, Coreia do Norte, Iraque, Afeganistão e vários outros países eram “farinha do mesmo saco”, membros de um eixo de aliados que queriam destruir o mundo juntos. Mas o terrorista mais famoso do planeta não pensava bem assim.

Sobre uma negociação com os iranianos (chamados de seguidores de uma fé islâmica falsa), foi revelado que táticas violentas foram usadas para que aliados da Al-Qaeda fossem libertados. “Acreditamos que nossos esforços, que incluem campanha política e de mídia, ameaças, o sequestro do conselheiro comercial do consulado iraniano em Peshawar e outras razões os assustaram (...), e  estão entre as razões que os levaram a libertar os prisioneiros”, escreveu um soldado.

O sonho americano

(Fonte da imagem: Reprodução/Dipity)

Apesar de tudo, Bin Laden era um sujeito narcisista. Ele tingia a barba de preto antes de gravar vídeos enviados a jornais árabes e era um consumidor da cultura norte-americana – mas ninguém podia saber disso. Um de seus sonhos? Ter conteúdo próprio transmitido em rede nacional nos EUA.

“Precisamos procurar um canal americano que esteja próximo de nós para ser imparcial, como a CBS, ou um que tenha motivações políticas que o permitam divulgar nosso ponto de vista. Então, mandaremos o material que queremos que os americanos vejam’, escreveu o terrorista pouco tempo antes de sua morte – provavelmente já desesperado, pois dificilmente uma proposta assim seria aceita.

Fonte: Wired

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