Videoanálise: The Darkness II (PC)

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Há tempos que o público gamer tem reclamado que a explosão de Modern Warfare trouxe junto uma enxurrada de shooters batidos e pouco inovadores. Ainda assim, existem aqueles que fogem da regra e proporcionam uma experiência muito melhor do que apenas atirar em tudo o que se mexe, como é o caso de The Darkness 2.

O jogo continua contando a história de Jackie Estacado, o chefão de uma poderosa família de mafiosos que recebeu poderes sobrenaturais de uma entidade misteriosa chamada de “A Escuridão”. Em relação ao primeiro título da série, o jogo perdeu muitas características cruciais, como o mundo semiaberto e as escolha de missões, mas outras funcionalidades interessantes compensam estes cortes.

Histórias de anti-heróis que decidem se rebelar contra o seu lorde das trevas no melhor estilo Spawn não são nenhuma novidade; mesmo assim, as reviravoltas, os ótimos diálogos e a boa jogabilidade de The Darkness conseguem transmitir uma experiência memorável com uma trama muito bem trabalhada.

Aprovado

Um First Person Shooter melhorado

Assim como game que o antecede, The Darkness 2 continua sendo um FPS com alguns bons incrementos. Os poderes da escuridão dão a Jackie o controle sobre duas serpentes que agem como se fossem extensões de seu braço.

Com elas, o protagonista pode arremessar objetos do cenário, comer o coração dos inimigos para recuperar pontos de vida ou simplesmente dar chicotadas nos pobres coitados que encontrar.

Fique longe da Luz

Uma dos principais diferenciais da mecânica geral do jogo é a fobia por locais claros. Como Jackie se tornou um servo da escuridão, quaisquer contatos com fontes de luz direta, como luminárias e holofotes, fazem com que suas habilidades fiquem desativadas momentaneamente enquanto sua visão é prejudicada. Seus poderes só retornam depois que você voltar para as sombras ou desativar as fontes luminosas.

Vários puzzles durante o avanço do jogo tomam proveito disso, sendo que os inimigos até passam a usar holofotes como arma depois de certo ponto. Darkling, o pequeno ser das trevas que segue Jackie, ajuda mais durante as lutas e tem um papel crucial na trama. Inimigos que são mortos com a assistência do pequeno ser conferem mais pontos de escuridão.

História bem contada

The Darkness 2 também se destaca pelos seus ótimos diálogos. A atuação durante a gravação de vozes foi sincronizada com a captura de movimentos; o resultado são conversas convincentes e personagens que expressam muita personalidade. Os rostos e os gestos com a cabeça são muito bons; em alguns pontos, até melhores que a atuação dos personagens de Half-Life 2.

A trama dá muitas reviravoltas e em certos momentos você pode até questionar se toda a saga que Jackie tem vivenciado faz mesmo parte do mundo real ou é apenas uma criação do seu subconsciente. Algumas poucas interações durante os diálogos também ajudam a aprofundar mais a narrativa.

Os gráficos semicartunescos do jogo ajudam a mostrar que The Darkness foi inspirado nas histórias em quadrinhos de mesmo nome. Portas, paredes e vestimentas dos personagens combinam o visual digitalizado do game com alguns rabiscos de lápis.

Chefões!

Outra característica importante que mostra que o game é mais do que um simples shooter é a presença dos chefões. Apesar de não serem muitas, as lutas contra os bosses são criativas e bem elaboradas, exigindo que você execute ações específicas para drenar a grande barra de vida do adversário, que é muito mais poderoso que você.

Neste ponto, suas habilidades especiais e o seu companheiro, Darkling, são peças chaves para derrotar os inimigos aos poucos, no melhor estilo The Legend of Zelda. Como já era de se esperar, finish moves para os momentos em que você executa um inimigo existem aos montes e são todos muito bem animados.

Reprovado

Adições e reduções

Apesar de ter trazido muitas novidades, The Darkness 2 perdeu alguns bons fatores em relação ao primeiro título. O alcance das serpentes ficou muito mais reduzido e a habilidade de usá-las para esgueirar-se no cenário foi completamente removida.

Outra redução que pode ser um verdadeiro banho de água fria para os fãs da série é a ausência do mundo aberto. Agora, o progresso é feito de maneira quase que totalmente linear, sendo que as interações com os personagens e missões secundárias foram totalmente removidas.

A necessidade de se usar os braços das trevas ficou subutilizada em alguns momentos, sendo que você pode progredir por várias áreas usando apenas suas armas de fogo mundanas. Apesar de toda a diversão que oferecem, as oito horas de jogatina disponíveis no modo single player parecem passar muito rápido, deixando um gostinho de “quero mais” no final.

Modo Vendetta

Vendetta, o modo multiplayer, até existe, mas não é nem de longe o ponto alto do game. Nele, até quatro participantes controlam outros personagens extras em campanhas de sobrevivência. Cada um dos personagens tem a sua própria árvore de habilidades a ser explorada, mas quase todas as habilidades de Jackie não estão presentes.

Vale a pena?

O game realmente consegue de destacar entre tantos shooters, oferecendo uma jogabilidade diferenciada e uma trama envolvente. Os ótimos diálogos e a história bem contada mantém você preso à narrativa, enquanto os momentos de combate permitem que você use sua criatividade para derrotar os inimigos de várias maneira diferentes.

A redução no número de interações nos diálogos e a ausência do mundo aberto tiraram boa parte da liberdade e tornaram a experiência bem mais linear. Ainda assim, o aumento de puzzles e a maior interatividade acabam contrabalançando isso de maneira satisfatória.

The Darkness 2 não consegue fugir totalmente do gênero FPS e você acaba usando suas pistolas e submetralhadoras na maior parte do tempo, mas isso não ofusca a boa jogabilidade e a trama memorável contada pelo hospedeiro das trevas.

Via BJ

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