Testamos o Kinect Fun Labs

Imagem de: Testamos o Kinect Fun Labs

Com exceção dos games exclusivos para Xbox 360, a conferência da Microsoft na E3 2011 teve um único protagonista: o Kinect. Um ano após o anúncio do revolucionário periférico, a companhia não mediu esforços para ampliar a experiência dos jogadores com o acessório. Entre os vários anúncios para o aparelho, um dos destaques foi o Kinect Fun Labs.

A apresentação surpreendeu todos. Embora se tratasse de um recurso extremamente social para o console, seu funcionamento pareceu ser muito preciso, além de divertido e interativo. Além disso, a brincadeira também funcionava como um grande agregado dos famosos hacks, pois a maioria dos elementos exibidos parecia ter sido retirada diretamente da personalização feita por usuários do mundo todo.

Como não poderia deixar de ser, o Baixaki Jogos testou a novidade e foi descobrir se o “laboratório de diversão” da Microsoft é realmente tudo o que foi mostrado ou se é apenas mais um componente dispensável do Kinect.

Navegando no Fun Labs

Ainda nos primeiros passos

Logo de início, somos apresentados à página inicial do Kinect Fun Labs, que lembra muito a interface central do próprio periférico. É possível selecionar as opções do menu por meio do controle gestual, o que torna tudo bem intuitivo – mas sem nada de surpreendente.

A disposição dos objetos é um pouco confusa no começo, afinal metade dos oito ícones presentes serve mais como atalho do que como recurso independente. Isso porque há apenas quatro funções ativas (Gadgets instalados, Compartilhamento, Downloads e Destaques) para o dobro de espaços.

Esse excesso é destinado a evidenciar conteúdo recente, o que acaba criando uma poluição visual desnecessária, principalmente por conta da repetição de funções. É provável que isso seja corrigido quando mais aplicativos estiverem disponíveis, mas é apenas um estorvo por enquanto.

Uma funcionalidade muito interessante do Fun Labs é o compartilhamento de suas criações. Ao dar vida a um avatar ou objeto, é possível enviá-lo a uma espécie de mural de novidades. Mais do que isso, você pode curtir o trabalho de alguém e até receber atualizações futuras desse usuário – isso sem falar na existência de conquistas para cada aplicativo.

É claro que existem alguns problemas. Por ser um serviço recém-lançado, os servidores ainda não respondem com tanta agilidade, fazendo com que o tempo de espera para o início de alguns gadgets seja demasiadamente longo. Em alguns momentos, é possível acreditar que o programa simplesmente travou. O fator internet também colabora (ou agrava) isso, pois é preciso estar conectado à sua conta na LIVE para ter acesso a todos os recursos oferecidos.

Um passeio pelos gadgets

Divertidos, mas nada revolucionários

Durante a apresentação na E3, a aplicação que mais se destacou na exibição do Fun Labs foi o Kinect Me, uma forma rápida e prática de criar seus avatares a partir das câmeras do periférico. Na demonstração, bastou a pessoa permanecer parada por alguns segundos em frente ao acessório para que sua versão digital surgisse no telão.

Porém, a propaganda saiu muito mais bonita que a realidade. Ainda que o reconhecimento do dispositivo realmente faça com que a criação dos bonecos seja feita em instantes, ela não é tão precisa como foi visto na conferência.

Foram realizados vários testes e pouquíssimos resultados tiveram uma similaridade razoável entre usuário e avatar. Para não dizer que o problema era com um indivíduo em específico, as dificuldades na hora de recriar o visual continuaram com outros jogadores. A semelhança só foi mantida com uma pessoa. O único ponto positivo foi a roupa, que permaneceu idêntica em todos os casos.

Passada a etapa de criação – que basicamente consiste em encaixar seu rosto e corpo em um molde por alguns segundos –, chegou a hora de dar vida ao avatar. Você possui alguns segundos para se movimentar e falar, fazendo com que o boneco repita essas ações com precisão. E só. Essa é a única função disponível no Kinect Me. Você pode voltar a assistir à filmagem, refazê-la ou compartilhá-la com seus amigos. Porém, nada de exportar para sua conta ou algo semelhante.

Kinect Googly Eyes

O outro aplicativo pré-instalado no Fun Labs é o Kinect Googly Eye, que transforma qualquer objeto em um brinquedo virtual. Em sua demonstração na E3, a apresentadora utilizou um pequeno boneco de pelúcia, que logo virou um personagem animado no telão da Microsoft. Parecia ser o fim das compras de mascotes para avatares.

Na prática, isso é um pouco diferente. Ainda que a captura da forma seja relativamente precisa (às vezes, o Kinect integra sua mão, criando uma aberração interativa), nem sempre você vai conseguir reconstruir uma peça de maneira idêntica à realidade. Isso porque o periférico tem dificuldades em reconhecer variações de forma e volume, criando leves deformações.

Das nossas várias tentativas de transportar um Yoshi de pelúcia para o Xbox 360, por exemplo, poucas tiveram um resultado ideal, exatamente por conta da diferença existente entre corpo e cabeça. Isso leva a crer que é preciso usar um objeto liso para obter um desempenho semelhante ao apresentado pela Microsoft na E3.

Ao terminar a brincadeira – ou a luta, dependendo do item escolhido –, você pode personalizar seus olhos. O design utilizado por eles é bem engraçado e lembra aqueles bonecos antigos com globos oculares móveis.

A parte final é idêntica à vista em Kinect Me, ou seja, você se movimenta e grava sua voz para fazer um registro, o qual pode ser compartilhado. Se você esperava usar esses objetos com seu avatar, desista. O máximo que você pode fazer com eles é abrir um baú existente no menu inicial e voltar a brincar ali mesmo.

Build a Buddy

O último aplicativo testado foi o Build a Buddy, que é praticamente igual ao recurso anterior, embora o boneco não possua os tais “olhos malucos”. Em compensação, a criação é muito mais interativa e divertida – uma das melhores do Kinect Fun Labs.

Desse modo, ele possui os mesmos erros e acertos no que diz respeito à modelagem da peça. Contudo, caso você não seja muito exigente, prepare-se para brincar muito com sua obra. Como é possível dar uma personalidade a ela, é preciso participar muito mais de seu “crescimento”.

A criação do Build a Buddy funciona quase como um “bichinho virtual”, mas sem a necessidade de alimentar ou cuidar de sua higiene. Basta dar atenção a ele e realizar alguns movimentos para brincar. À medida que a relação entre usuário e criatura se intensifica, novas ações são liberadas e sugeridas pelo monstrinho.

Primeiras impressões

Será que vale a pena?

Apesar de ter parecido ser algo revolucionário durante a conferência da Microsoft, o Kinect Fun Labs não tem nada de excepcional. Trata-se dos mesmos recursos interativos existentes no periférico desde seu lançamento, com a diferença de poder visualizar objetos reais.

A ideia é realmente muito boa e tem tudo para dar certo em um futuro próximo, tanto que alguns novos recursos já foram prometidos, como o Avatar Kinect e o Kinect Sparkles. No entanto, as aplicações atuais ainda precisam de alguns ajustes, principalmente na parte de reconhecimento e captação de itens.

Outro ponto que faz muita falta é a exportação para a própria conta de usuário. Por mais que seja óbvio que esse impedimento existe para não atrapalhar a venda de objetos no Marketplace, é decepcionante criar um avatar com a sua cara e não poder utilizá-lo de maneira útil. As gravações, por mais engraçadas que sejam, não passam de uma perfumaria completamente descartável.

Se você esperava algo que valesse a pena a compra do Kinect enquanto os jogos mais sérios não chegam, o Fun Labs não é seu estilo de recursos. Ele é basicamente uma expansão das funcionalidades já existentes, ou seja, voltada a um público casual que quer usar o acessório de maneiras diferentes que não apenas andando de bote ou dançando.

Via Baixaki Jogos

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.